Boa noite e boa sorte...

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A escuridão da noite é iluminada apenas pelo brilho dos relâmpagos. O céu nublado derrama suas pesadas lágrimas sobre a terra. Fugindo de mortos que deveriam estar em seus túmulos, uma mulher e uma menina correm pelo terreno lamacento. Elas estão desesperadas. A mulher tem uma ferida no braço esquerdo. Uma mordida.
Com dificuldades, elas alcançam o estábulo de uma fazenda. Com velocidade, elas fecham as portas. Precisam manter os zumbis do lado de fora.
Ao terem certeza que estão seguras, elas começam a procurar algo afiado: o braço da mulher precisava ser amputado o mais rápido possível. A menina teria que amputar o braço de sua própria mãe. O braço que foi mordido pelo seu falecido pai.
Elas encontram um machado enferrujado, que parecia estar sem fio de corte. Teria que servir, de qualquer forma. A mulher amarra seu próprio cinto no seu braço mordido, e ordena que sua filha o arranque dela.
Com lágrimas nos olhos, a menina começa o ataque com o velho machado. A lâmina da ferramenta não corta mais, mas o peso do frio metal consegue quebrar os ossos e ferir a carne. Golpe após golpe, a menina destrói o braço de sua própria mãe, mas não consegue cortá-lo fora. A mulher abafa seus horrendos gritos mordendo um pedaço de pano enrolado.
Tarde demais. A mulher começa a sentir seu próprio corpo morrendo. A infecção tomou conta dela, e ela irá se transformar em um cadáver andarilho. Ela já não tem forças para se mexer, por isso pede que a menina use a arma que elas possuem. Um tiro certeiro em sua cabeça, o sacrifício final para proteger sua amada filha. Destruir o cérebro é o único jeito de impedir a transformação.
A menina não quer fazer isso. Sua mãe implora. O tempo estava acabando.
Finalmente, ela atira. Um estrondo e um clarão. Uma vida se esvai.
Mas elas não estavam sozinhas nesse estábulo.
O disparo da arma chama a atenção de seis zumbis que estavam apodrecendo lá dentro.
Cercada por predadores famintos, a menina teve certeza que morreria. Seu maior medo era ser devorada viva, por isso, desesperada, ela aponta a pistola para a própria cabeça e atira.
Mas a munição havia acabado. O último projétil foi usado em sua mãe.
Inutilmente, ela tenta fugir, mas os mortos a alcançam. Lentamente, os cadáveres devoram a menina. Uma morte lenta e dolorosa.

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